Falando com as paredes
Discutindo com os objectos
Dançando apenas sozinha
Ocupando o tempo com
historias com sonhos
Porque as tuas palavras
criam esperanças
Obrigando me a contar as
horas que passam
Ficar dependente de um episódio
imaginário
Voltar a escrever para
libertar a raiva
de não ter caído na realidade
de não ter caído na realidade
Mudando o sentido ao desenho
querido que fiz
Porque agora sei que não
posso confiar
Cair nessas ideias e deixar
me levar
Voando até mais alto que tu
Porque és tu que me dás as
assas
Mas és tu que me tiras o
chão
Me cortas a corda
Deixando me cair sem pena
Sem uma resposta aos meus porquês
Ou qualquer justificação
Prometendo me ilusões
Fazendo-me esperar por ti
Vezes e vezes repetidas
E eu sem nunca mais aprender
Deixo-me sonhar
Alimentando a minha fúria numa
música
Que ninguém consegue ouvir
Escondendo me no escuro
e numa casa abandonada
e numa casa abandonada
Olhando para estrelas que brilham
tanto como o meu olhar
tanto como o meu olhar
E este ar seco que nem me
deixa engolir
Sufocando minhas palavras inúteis
A poeira vai assentar
mas gotas de orvalho estarão
sempre naquela madrugada
mas gotas de orvalho estarão
sempre naquela madrugada
Porque prefiro uma bela
tempestade
Do que um deserto sem
movimento
Desse deserto que se comprometeram
a vir me salvar
a vir me salvar
Mas vou levantar essa poeira
e revirar tudo
Fazer tempestade de areia
Porque apenas já não posso
mais esperar