quinta-feira, 22 de abril de 2010

quero-te




Queria tocar te de novo...
Só mais uma vez...
Sentir o desejo de te ter.
Sentir que tas bem perto de mim...
E não distante como estas.
Beijar teus lábios.
Num puro beijo que me faz voar...
Abraçar-te...
Ficar nos teus braços...
Bem quieta, a sentir o bater de um coração que não compreendo.
Pergunto porque bate assim.
Pergunto se gosta mesmo de mim.
Não responde...
Silêncio de um bater profundo,
No meio de um olhar sem fundo...
Sinto um vazio,
Sem ti por perto...
Sinto me ninguém...
Vagueando como vagabundo.
Caminhando sem destino...
Olhar sobre o céu...
Vejo-te em todo lado...
Estas no meu pensamento...
Meus olhos que caem no chão...
De desejo por ti.
Chamam-te...
Gritam por ti...
Mas não os ouves.
Eles pousam em ti suavemente...
Querem-te ver!
Querem-te Sentir!
Beijo-te em pensamento...
Abraço-te num mundo de sonhos...
Num corredor negro e vazio,
Vejo-me contigo...
Em puro desejo...
Em pura paixão...
Encostas-me á parede!
Prendes-me os braços!
Olhas-me nos olhos!
E num suspiro...
Beijas-me intensamente...
Por um sobro...
Tudo desaparece...
Abro os olhos,
Estou sozinha...
Numa sala de recordações...
Quero-te!
Peço-te,
Vem para mim!
Se não eu não vou aguentar!
Vou desaparecendo no meio de sonhos...
Sonhos de desejos por ti,
De te ter...


אคષค

quarta-feira, 14 de abril de 2010

a tua voz




Quero a tua voz, no meu ouvido...
Voz, que distingo no meio do barulho...
Voz rebelde que entoa pelas paredes do meu ser...
Que abafa todo o ruído do meu mundo...
Que me faz tremer...
Que me paralisa...
Essa voz feroz que chama por mim...
Por vezes silenciosa...
De um silêncio que me invade, me sufoca...
Invade lentamente apoderando se do meu ser...
Voz de um homem que sofre...
Voz de uma criança que chora...
Num puro silêncio de uma lágrima que escorre sem esforço...
Eu chamo por ti...
Grito de dor...
No meio do vazio grito em silêncio...
Grito porque tu não estas!
Mas, tu não ouves...
Este vento que abafa minha voz...
Quero sentir-te!
Quero ouvir-te a falar mansinho no meu ouvido...
Quero arrepiar-me com essa voz de trovão...
Mas nesse puro silêncio em que tu estas...
Eu morro...
Sem poder sentir a tua voz...
Sem te poder ouvir.....



אคષค

quinta-feira, 1 de abril de 2010

concha do meu viver


Tudo se move...
Tudo corre...
Tudo gira...
Eu parada num universo sem vida...
Paralisada sem me deslocar...
Num circulo de espinhos onde nada me pode tocar...
Protegida pelo silêncio de uma dor,
Por um olhar ameaçador...
Mesmo frágil com as garras de fora,
Mesmo fraca com rugido feroz...
Espanto quem se quer aproximar...
Afastando-me do mundo...
Afastando-me de mim...
Isolo-me numa concha...
Escondo a cabeça na carapaça...
Finjo que não existo...
Agindo calmamente,
Sem se notar,
Vou passando...
Vou marcando o meu caminho para não me perder se quiser regressar...
Viro-me para trás,
Meu caminho apagou, não posso mais voltar atrás...
As memórias de um passado que voltam no presente...
Passado que não posso emendar...
Presente repetição do passado,
Que agora não sei como o modificar...
Continuo na minha concha, no meu círculo de espinhos...
Sem me libertar...
Vou ficando...
Como um animal ferido com medo do mundo...
Com receio do que pode ver...
Sentir...
Fazer...
Receio de uma dor...
Eu fico numa aqui,
Na concha do meu viver...


אคષค