terça-feira, 20 de março de 2012

Um SeR aSSiM




Uma rapariga com um sorrisinho que devolve as pessoas

Uma energia, uma animação

Uma forte vontade de dançar no meio da pista

De fazer porcaria

Preocupada com as pessoas deixando a sua dor para traz

Arranjando mil e uma maneiras para não deixar ninguém sozinho

Chorando por vezes com elas

Mas no seu mundinho esconde a sua dor

Recorrendo a alegria das outras pessoas

A um sorriso alheio

Guardando a dor só para ela

Mostrando se por vezes imune

Mostrando estar bem para não preocupar

Na verdade aquela miúda recarrega essa dor que suporta em gargalhadas

Em danças no meio da pista

Em pequenas traquinices

Ou num simples olhar para a lua

Querendo aproveitar ao máximo

Sem se importar com o que está a sentir

Vai sair vai divertir-se

Cuida de quem mais ama

Não pretende dividir a sua dor

Preferindo dividir apenas a sua felicidade

Partilhando a dor dos outros

Diminuindo a dor deles

Sem chorar vai engolindo

Vai sorrindo

Sem nunca procurando a solidão

Procurando sempre algo para se entreter

Sem deixar se cair na emoção da sua dor

Vai aguentando não fracassar

Aguenta firme

Pronta a ajudar

Acompanhar quem mais precisa

Larga tudo vai a correr para quem ela sabe que viria a correr também para ela

Guardando todos os momentos de magoa deitando ca para fora todos os momentos de parvoíce

Observando tudo a volta

Vai sentindo cada sentimento

Compreendendo cada expressão

Por vezes demonstrando que sabe outras apenas guarda para si

Honestamente ela não dá muita importância a sua dor

Essa para ela vai desaparecer

E sabe que tem de a combater

Pois pode haver pessoas que precisem de ajuda e tem de tar no seu melhor

Pode chorar de noite quando volta para a cama sozinha

Como uma criança que tem medo do escuro e de ficar sozinha

Agarrada aos cobertores adormece cansada de chorar

No dia seguinte acorda num sobressalto

Sem tempo para pensar no que se tinha passado

Corre de novo para agarrar o seu sorriso que lhe tinha escapado durante a noite


א

sábado, 17 de março de 2012

fOi-Se


Caminhando sozinha por essas ruas onde as lembranças me agarram

Por esses locais repletos de saudades

Olho para eles já nada me faz confusão

Já nada me faz chorar

Um passado que ficou

Virei a página

Mas sem rasgar continuei a escrever

São apenas memórias de uma fase que se foi

Olho-te nos olhos e nada me parece mais confuso

Aquele tempo longe de ti

Daqueles lugares

Fiquei hibernada no meu canto

E hoje sinto que renasci de novo

Sem mais magoa e raiva

Caminho descontraída sem dar importância

Apenas lembrando o que já fora

Convivo sem me engasgar

Falo num tom de voz diferente

Talvez mais fria

Não sonho mais

Naquela escuridão não lembro mais

Ficando imune a essa doença que me perseguia

Repleta de marcas pelo meu caminho

Fui embora por uma hora

Por um tempo que me curou

E ao voltar pedi ao tempo que me ajudasse

Sei que errei suportando essa dor como castigo

Sei agora que nada passou de uma ilusão de duas almas

Um conforto para nós

Talvez uma lição de vida que faltava no meu coração

Agora eu me pregunto o porque?

De tudo ter acontecido assim

Daquela maneira que hoje me é frustrante

Um início incerto com um final correcto


א