domingo, 22 de maio de 2011

Era um sonho de verão




Quando ainda o sol brilhava,

Quando ainda tudo era desconhecido,

A espera que eu percorresse as ruas á descoberta...

Vontade de cá ficar,

Vontade de me aventurar,

Vontade essa que escorreu por uma lágrima naquela noite...

Tinha vontade de seguir em frente,

Por um objectivo lutar...

Naquele verão em que o coração não parava,

Em que meus olhos ansiavam para os ver,

Meus pés morriam por pisar aquele chão...

Chão esse que agora me magoa,

Coração que nem se da conta de bater,

Olhar agora húmido por a ver...

Um sonho de cá estar,

De vos conhecer...

Esse maldito tempo que não volta atrás,

Onde tudo era novo,

Onde estavam por todo o lado aparecendo aos montes,

Falando-me,

Rindo para mim,

Tentando conhecer-me...

Abrindo os olhos manhã após manhã,

Já não os vejo mais...

Numa espera profunda de voltar,

De me encostar ao que deixei para trás...

Fui atrás de um sonho que me fez voar,

Voltando a acreditar,

Voltando a ter vontade de continuar...

Perdi esse sentido,

Deixei-o desmaiar,

Sem saber como voltar a levanta-lo...


אคષค

terça-feira, 3 de maio de 2011

Sonho perdido


Menina sonhadora que agora está perdida...

Deixando voando o seu balão por esse céu escuro;

Perdendo os sonhos numa esquina daquela rua vazia;

De vestidinho preto choras agora nessa calçada da praça...

Pés descalços subindo a escadaria sem um rumo definido,

Segues a luz das estrelas...

Olhando para as vitrinas das montras despidas,

Um reflexo de mulher...

No seu interior encontra-se uma pequena menina que sonhava,

Agora ouve-se apenas um soluçar...

Querendo voltar a trás,

De quando era feliz com pequenos sonhos que lhe invadiam o coração,

Preenchendo-lhe o sorriso...

E numa enorme vontade de rodopiar ao sabor do vento,

Rebolando e deitando-se na relva fresca,

Gargalhadas que se espalham no ar...

Mas naquela noite a melancolia reina,

No meio da solidão de um vazio profundo...

Perdida na noite cantando baixinho,

Na esperança que alguém ouça,

Que venha dar-lhe um pouco de si,

Um abraço sem fim...

Mas essa cidade deserta,

Onde o silêncio arrepia...

Vagueia menina pelas ruelas procurando pelos seus sonhos,

Mas seus olhos já sem verem com tanta lágrima...

De mãozinhas a frente para apalpar,

Para tentar encontrar...

Tropeçando,

Cambaleando...

Chega a um jardim onde a relva lhe molha os pezinhos,

Papeis rasgados voando pelo ar...

Sem forças ficas deitada num banco de jardim,

Aninhada adormeces como criança,

Num profundo sono sonho,

Que sempre a acompanhou...

אคષค