São horas...
São horas de partir...
São horas de partir e deixar para trás.....
São horas de partir e deixar para trás,
Todos esses sentimentos que me invadem,
Todas essas ilusões onde me insiro,
Todos esses sonhos em que vivo,
Todos esses desejos que sinto,
Todos esses sofrimentos que me correm o corpo.....
São horas de crescer e aprender a não me deixar levar,
A não me deixar cair assim,
A não confundir os sentimentos…
Está na hora de sair deste isolamento em que me encontro,
Está na hora de acordar, sair do sonho
Que me leva a pequenas ilusões durante o dia…
Sinto-me só,
Sinto-me perdida,
Sinto-me parada no tempo,
Sinto-me no vazio como se o mundo tivesse acabado
E já nada e ninguém o fará renascer…
Esse mundo meu parou!
Esse mundo meu murchou!
Encontra-se fechado vivendo devagarinho,
Sem se notar, vai vivendo de mansinho,
Até que o sol volte de novo a brilhar,
Num inverno gelado onde nada faz sentido, onde nada resiste…
Sem forças, caminho por um piso molhado, na noite que me guia,
Do vento que me leva as lágrimas;
Da lua que ilumina o meu caminho;
Da chuva que me faz desistir de tudo que deixei para trás...
Saberei se este caminho será o mais correcto?
Saberei se esta decisão será acertada,
Mesmo que metade do meu corpo não queira?
Algo me prende,
Algo me faz sentir que devia voltar,
Algo que eu não saberei se me deixar levar…
As horas passam e passam
E eu sem tomar uma decisão…
Os dias vão passando e o meu caminho não chega ao fim…
A chuva continua a cair,
Meus pés gelados parecem parados,
A lua vai girando, o vento mudando de direcção,
A noite vai caindo cada vez mais cedo...
E eu aqui!
Eu aqui, parada,
Sem saber que caminho tomar, meu corpo está pesado...
Minhas lágrimas salgadas libertam-se do meu olhar
E tudo se torna pesado…
Sonho, que um dia, tudo irá acabar
Mas longe disso estou…
Vou continuando a contar o tempo,
Vou continuando a caminhar,
No chão molhado, guiada pela solidão,
Vou continuando a olhar,
Para a estrela que brilha
E desejar um dia ser como ela,
Poder brilhar de novo!
