sábado, 9 de abril de 2011

PoR mAiS nAdA tEr SiDo AsSiM




Queria poder te sentir...

Apenas num abraço apertado...

Que me esmagas contra ti...

Recuperar o teu cheiro que outrora sabia de cor...

Voltar a ver me reflectida nesses enormes olhos...

Numas salgadas gotas de saudade...

Sentir a tua voz de trovão...

Tua força que me prende...

Passeio naquele lugar,

Sem te ver chegar...

Encostada na parede soluçando...

Sinto que ainda te vejo lá sentado...

Curvado olhando o céu vermelho...

Desenho de olhos fechados tua face...

Pinto o teu corpo...

Decifro o teu olhar...

Numa só letra de música eu descrevo...

Com cada momento passado...

Que passa agora na minha cabeça...

Agarro me a única coisa que tenho de ti,

Acompanhou-me desde aquele dia...

Aquele que te marcou...

Ouvindo ainda essa tua voz!

Que agora canta baixinho...

Num olhar hipnotizado para o horizonte...

Numa lágrima que teima em cair...

Vejo me no primeiro dia.

Roupinha tal e qual...

Nesse mesmo local...

Farta de te dar sinais,

E sem nada resultar...

Num impulso resultante dessa força,

Eu me colei a ti...

E nunca mais te queria largar...

Envolvida nos teus braços,

Senti que não havia local melhor...

Só a tua presença me dava protecção...

Sabia sentir te...

Mesmo quando por de traz aparecias sem me tocar sem me falar...

Eras o garoto que me enervava pelas suas atitudes...

Tiravas me do serio pelos teus gestos...

Mexia comigo só por falares uma palavra...

Assustada por nada ter sido assim antes...

Com medo por mais nada ter sido assim...

Tentei compreender te...

Sem dicionário para essa fúria toda,

Ate num simples olhar da chuva...

Meus olhos procuravam-te desesperadamente sem te ver...

E agora cegos, eles encontram-te em sonhos...

Num olhar de fotos...

Num olhar de recordações...

Pois tudo que passei não irei esquecer.

Tudo que deixei, ficou guardado...

Numa gaveta que abro constantemente...

São sonhos de crianças...

Brincadeiras de miúdos...

Aventuras inimagináveis...

Paixões descobertas!

Desilusões sofridas!

Restos de uma história.

Que um diria eu te lerei...


אคષค



domingo, 3 de abril de 2011

Quarto Vazio De Um Eu


Chega a noite fria onde me aninho...

No meu cantinho...

Sinto um só dentro de mim...

Porque já nem as luzes que vejo da cidade,

Porque já nem as estrelas que olho do céu,

Me fazem companhia...

Fecho os olhos só me vejo a mim...

Nada está por perto...

Só quero que o dia chegue.

Para sentir risos...

Sentir o meu nome a circular por ti...

Olhos postos em mim...

Não sinto aquela segurança atrás da porta...

A luz acesa no fundo do corredor...

Nem sempre quero estar sem ti,

Nem sempre quero ficar só comigo...

Como criança que é deixada sozinha...

Estou no canto do meu quarto...

Dou voltas e voltas num insossego descontrolado...

Sem conseguir adormecer.

Acendo a luz vezes sem conta...

Já sentada na cama olho para um fundo preto...

Imagino meu quarto antigo...

Quando acendo de novo a luz vejo que já não é ele...

Mas um que não me pertence...

As paredes não têm aquela minha marca...

O chão não tem as minhas pegadas...

A janela o meu jardim...

Por mais que eu mude de posição...

Por mais que me acomode,

Nunca me vou deixar de sentir só...

Apesar de ver de uma janela um mundo inteiro em meu redor...


אคષค