sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

estilhaços de mim


Estilhaços de vidro partidos de mim...
Feita em mil pedaços...
Cansada de estar assim,
Numa guerra constante...
Onde essa raiva te enfurece...
Libertas umas vulcão dentro de ti...
Capaz de dizer...
Capaz de magoar...
Mas sem nunca entender...
Que eu queria ter-te,
Mais perto de mim...
Sem dizer a verdade...
Gritas mentiras...
Sentes o contrário...
Sem admitir essa fraqueza...
Isolas-te, foges...
Crias um campo de batalha...
Onde só tu podes ganhar...
Numa frieza me falas...
Controlas a vontade de chorar...
Magoando quem só queria estar um pouco...
Falar ao teu colo...
Receber carinho...
Relembrar momentos...
Mas tens raiva de um trovão...
Fizeste de mim bocados de vidros espalhados pelo chão...
Onde me corto constantemente...
Onde choro porque não me queres...
Ou finges não creres...
Pergunto me se assim vale a pena...
Num chão negro,
Pedaços de mim...
Vidros com que me identifico...
Desejos que se desfizeram,
Em mil pedaços...
Se desse para juntar tudo de novo.
Reconstruir esse sonho...
Juntar perto de ti...
Reconstruir esse sentimento...
Que me prometeste!
E não cumpriste!
Ainda fico a espera...
Ainda sonho um dia...
Deixares essa fúria...
Deixar adormecer esse vulcão...
Falares de outra maneira...
Tentares compreender...
E deixares que te compreendam...
Não vou voltar a entrar nessa tempestade!
Ainda não sei como a acalmar...
Abranda-a...
Deixa me ficar!


אคષค

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

cegar para ti


Vem saber o que penso...
O que sinto...
Já não sei falar...
Vem ter comigo...
Abraça-me, olha-me nos olhos...
E sente o que sinto e não sei dizer...
Vou deixando que o meu próprio corpo te rejeite...
Que os meus olhos ceguem para ti...
Que a minha voz encontre o silêncio para ti...
Deixei cair,
Esse trapo velho que trazia comigo...
Não voltarei a apanha-lo...
Meus sonhos vou enterra-los...
Meu sorriso vou deixa-lo voar sem mim...
Tiro o brilho do meu olhar quando passo por ti...
Quero desistir!
Quero me perder na solidão!
Não voltarei a lutar a insistir...
De nada me serve esta força...
Já não tenho tempo para chorar...
Condições para desesperar...
Olhar para a tua face,
Eu não o vou fazer...
Confundir me no teu olhar jamais...
Quero ficar...
Quero cegar para ti!
Eras o meu fogo...
Eras meu único desejo...
Não consegui alcançar...
Eu tentei...
Eu perdi!!


אคષค

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

noite de dor


Penso em ti...
Uma parte de mim...
Não compreendo...
Não sei que pensar...
Por vezes esta tudo mil sois...
Por outras cai noite serrada em nos...
Mudas a minha lua...
Reacendes o meu sol...
Constrói as estrelas...
Com o meu olhar...
Teu sorriso...
Mudas de noite...
Mudas de dia...
Não sei que fazer!
Queria que desta vez o dia não acabasse...
Para te ter sempre com a mesma face...
Desprezo a noite...
No meio da multidão...
Ignoras me...
Desprezas, foges...
Vais para outra direcção...
Fico só no barulho de um chorar silencioso...
Dançando só para mim...
Olhando de lado...
Por entre os fios de cabelos...
Vejo te dançando...
Como nunca comigo dançaste...
Grito no silêncio do meu corpo...
Grito por dentro...
Tremo de dor...
Minhas fraquezas!
Liberto raiva,
Numa lágrima...
Magoa na outra...
Escorre já sem esforço...
Caminho gelada...
Olhando para o céu...
Surda canto baixinho...
Sigo o meu caminho...
Vou secando as lágrimas...
Que não param...
Num soluçar doloroso...


אคષค